Por dentro dos centros “exemplares” de vacinação contra a COVID-19 em Angola

Por dentro dos centros “exemplares” de vacinação contra a COVID-19 em Angola
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Por dentro dos centros “exemplares” de vacinação contra a COVID-19 em Angola

O centro cultural Paz Flor, no sul de Luanda, é normalmente frequentado por pessoas que procuram por momentos de diversão ou que apreciam uma boa refeição, mas à medida que o lançamento das vacinas contra a COVID-19 em Angola se desenvolve, o espaço vibrante na capital do país serve agora para administrar vacinas que salvam vidas.

"A minha experiência foi boa, muito boa, e sinto-me agora mais protegido", diz Job Manuel, que acaba de receber a segunda dose da vacina Oxford-AstraZeneca.

"Houve alguma enchente de pessoas lá fora, mas aqui no ponto de vacinação, tudo funciona muito bem".

Com 24 mesas e uma equipa de 48 pessoas, no centro do Paz Flor podem ser vacinadas mais de 5000 pessoas diariamente.

"O sistema começa com o registo, depois a triagem e a vacinação", diz a Dra. Silvia Lutucuta, Ministra da Saúde de Angola. "Temos também uma área de controlo em caso de quaisquer efeitos adversos".

Paz Flor é um dos postos de vacinação de alto rendimento espalhados pelas 18 províncias de Angola que reúnem os principais serviços de vacinação da COVID-19 sob o mesmo tecto.

"Trabalhamos todos juntos de uma forma integrada, quer sejamos da saúde pública, da segurança ou da polícia", observa a Dra. Lutucuta. "Com uma boa coordenação, as pessoas podem passar da entrada para o repouso após a vacinação em apenas 20 minutos".

Inovação

Ao chegar ao Paz Flor, as pessoas previamente registadas, mostram a confirmação do pré-registo com código de barras, recebido por SMS ou por e-mail. As pessoas sem registo fazem no local, bastando para o efeito ser portadoras de qualquer documento de identificação.

"O sistema de pré-registo está subjacente aos centros de vacinação", explica Dra. Silvia Lutucuta, Ministra da Saúde de Angola. "Esta é a primeira fase, crucial em todo o processo".

Com toda a informação registada online, o sistema também facilita o acompanhamento da preparação para a administração de segundas doses e a monitorização de quaisquer questões relacionadas com os efeitos adversos. Com este sistema, o individuo recebe igualmente uma SMS lembrete para se dirigir ao posto de vacinação para a segunda dose.

Os esforços de Angola para registar as pessoas prioritárias para a vacinação, têm merecido elogios de várias partes do continente e tem sido crucial para a realização mais eficiente da campanha de vacinação da COVID-19 no país.

"Esta inovação permite a monitorização em tempo real de tudo o que está a acontecer. Também permite melhorar as taxas de vacinação nos grandes centros populacionais", observa a Dra. Djamila Cabral, Representante da OMS em Angola. 

Angola está a vacinar a população com as vacinas da Oxford-AstraZeneca, Pfizer, Sputnik V e Sinopharm COVID-19. O país investiu fortemente na cadeia de frio para a conservação de vacinas, estando em condições para conservar todas as vacinas, incluindo as que devem ser armazenadas a temperaturas ultracongelação, como a Pfizer.

Abordagem única

"O trabalho que faço é importante porque as pessoas precisam de sair daqui bem informadas, por isso, quando chegam a casa, sabem o que fazer se houver quaisquer reacções adversas". Diz a conselheira Jenusa Abel, que ajuda a esclarecer as dúvidas entre as pessoas que são vacinadas no Centro Paz Flor. 

Numa iniciativa destacável entre os países africanos, Angola introduziu em parceria com uma ONG local Jucarenta, o conceito de conselheiro vacinal, com cerca de 60 voluntários, incluindo mobilizadores que actuam no posto de vacinação do Paz Flor e em outros, espalhados pela cidade de Luanda.

"É super bom". É do que eu gosto, não só de passar informações, mas também de ter uma conversa. Estou a aprender muito com o público aqui e estou a partilhar tudo o que posso", diz a Sra. Jenusa.

Acabado de sair da vacinação, Job Manuel diz que se sente mais seguro quando aprende com os conselheiros. "É reconfortante quando as pessoas que compreendem sobre o assunto nos confirmam que a vacinação é a melhor forma de se manter seguro".

Exemplar

"O empenho e energia do governo angolano para proceder com sucesso ao lançamento e a implementação da campanha de vacinação foi exemplar desde muito cedo", diz a Dra. Djamila Cabral, Representante da OMS em Angola. 

"Uma boa preparação, incluindo a pronta elaboração do plano de vacinação, a definição  das necessidades de pessoal e de formação, da logística, da cadeia de frio e a adopção dos regulamentos atempadamente contribuíram para que Angola fosse um dos primeiros países de África a receber vacinas".

A OMS apoia a resposta de Angola à COVID-19 a todos os níveis, nomeadamente para a elaboração dos planos de prontidão e a implementação de vacinação em 14 províncias do país.

Cerca de 1,5 milhões de doses de vacinas foram administradas até à data, com mais de 1,3 milhões (83%) recebidas através da COVAX, tendo mais de 500 000 pessoas sido totalmente vacinadas.

"O grande desafio são as vacinas, precisamos urgentemente de mais", diz a Ministra da Saúde, Dra. Silvia Lutucuta.

"As nossas equipas estão prontas, temos a capacidade. Precisamos de vacinar o mais rapidamente possível para garantir que a situação epidemiológica não se agrave".

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
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